domingo, 9 de maio de 2021

O humor e o meme: não somos inocentes

 

 

 


A pergunta se o mundo virtual é real ou não, é uma questão possível. Entretanto, as respostas são estranháveis. Alguém poderá argumentar: assim como o sonho parece ser real e não é; da mesma forma se comporta o ciberespaço.  Sob esta ótica, o espaço virtual é o lugar do parecer ser sem ser de fato. Será?

 

Aquilo que é real, dizem todos, é o que nos atinge faticamente. Quem duvidaria de um tapa no rosto? Ele é real por que nos atinge na face, por que dói, por que tem consequências na nossa vida, a ponto de muda-la para sempre. 

 

Para contrariar esta tese – de ser real apenas o que tem existência no mundo físico -, pergunto: e o amor? Nunca foi visto por aí, mas causa tanta devastação! E a fé que não existe fora das pessoas, mas pode até gerar o terrorismo matando-as? Existem coisas mais reais que a devastação e a morte? Não!

 

Enfim, definir o real não é coisa simples. Ainda bem que não é este o objetivo deste texto.

 

O virtual é algo que existe nos meios não biológicos e construídos pelas pessoas. Vive encarcerado dentro das fibras óticas e das máquinas inteligentes. Entretanto, causa estragos na vida real da mesma forma que o amor nos avassala. É fato: independentemente do que pensamos sobre o ciberespaço, ele modifica a realidade (offline) todos os dias. Ele transforma e é transformado pelas nossas ações numa dialética online x offline. Um espaço não vive sem o outro.

 

O virtual é real, pois quando nele agimos sua reação se faz visível no mundo offline. Como?

 

Imaginemos que todos os servidores dos bancos explodam. Todos no mundo! Podem imaginar o estrago no nosso dia a dia? Quantas mortes virão deste fenômeno virtual? O dinheiro online estava dentro das máquinas e se foi para sempre! O caos! Há mais dinheiro no ciberespaço que em papel no mundo.

 

O meme está nessa linha. Ele é real/irreal. Habita dois mundos. É um parasita. Parasita por que vive no espaço virtual, mas depende de nossa constante atenção para sobreviver. Precisa de nós para se multiplicar. Nossos cliques são seu sucesso.

 

Às vezes é um bom parasita, outras vezes uma figura bem deletéria.

 

Ele é bom quando leva em seu bojo um interesse público, por exemplo. Talvez uma campanha a favor das vacinas contra o Corona vírus. Por outro lado, ele é muito mau quando destrói reputações. Melhor dizendo, as pessoas é que são más, pois o meme transporta o que mandam transportar.

 

O sucesso dos memes é que eles trafegam nos mares da comicidade, do humor. São engraçados, destoantes, atordoantes e, na sequência, risíveis. 

 

O humor vive das (des)combinações estravagantes entre informações. Destas colisões de sentidos, de textos e contextos, surge o riso (ou o sorrir, a depender do impacto em nós). O destinatário da graça é quem decodifica os significados que colidem na piada. É o destinatário quem encontra o derradeiro sentido: aquele sentido que faz a piada. 

 

Sem este trio não há piada: o piadista, o conteúdo contraditório e o receptor (que terá que rir/sorrir).

 

No meme virtual ocorre a tríade do parágrafo acima: o construtor do meme (o piadista), o conteúdo dentro dele (a mensagem risível) e o receptor/decodificador que o vê/lê/ouve pelo seu computador.

 

Imaginemos uma charge com as seguintes figuras e contexto: um cheff de cozinha famoso. Ele segura uma faca afiada ensinando como cortar carnes de modo elegante, refinado e eficiente. Mas, a plateia não é composta por pessoas comuns. Quem assiste atentamente são os zumbis do seriado Walking Dead. Os zumbis estão imaginando como usarão a técnica no próprio professor da arte de cortar carnes.

 

A graça desta charge imaginada por nós, está nas contradições dos significados e intenções nela apresentados. Caso viralize, será um meme. (Quererei meus direitos autorais!)

 

Há o humor que é bom e aquele que é ruim, como já indiquei parágrafos acima. Uma graça homofóbica, por exemplo, não pode produzir riso, mas desprezo. 

 

Por que devo desprezar se a estrutura da graça está ali em sua plenitude? Respondo.

 

Tanto o humor quando o meme que nele navega, trazem informações. São discursos. E não há inocência aqui. A informação que tende a fomentar a homofobia, não está ali por acaso. E o riso/sorrir que dali vier ratifica algo monstruoso (a homofobia). Pior ainda é o clique maléfico. Ele multiplicará/ratificará esta informação danosa à sociedade.

 

Os memes do mal viralizam porque primeiro parasitam as consciências más.

 

O meme, insisto, é um discurso. É uma fala que precisa de pessoas que a ouçam e a repliquem. Seduzir as pessoas por este meio não é muito difícil. O meme é engraçado. A graça está no seu plurissentido. Ele é um caleidoscópio que nos faz rir pelo seu colorido contraditório e oscilante. Mas, insisto, só fará sucesso se houver plateia no seu espetáculo. Esta plateia não bate palmas: ela dá cliques replicando o show, passando adiante a informação. Como eu disse, nisso não há inocência, há responsabilidades. Pode até não haver dolo, mas há responsabilidade.

 

Lá no início do texto, eu afirmei que o mundo virtual é de certa forma real. Isso por que o que acontece lá, reflete fisicamente aqui. Lembram?

 

Por consequência, uma ofensa virtual é uma ofensa real. Está no mundo dos fatos. E se nele está, poderá ferir um bem jurídico tutelado.

 

Os incautos dirão que o meme só agride os mal-humorados. E mais, insistirão: temos o direito de nos expressar livremente.  O que concordo em parte. Entretanto, posso dizer que todo o direito se esvai quando há abuso.

 

Há até quem diga que se houve abuso de um direito em um contexto, é por que neste contexto nunca foi um direito: houve apenas o abuso, a ilegalidade.

 

Causar dano à dignidade humana baseado na pretensa liberdade de expressão, é um abuso evidente. O meme é um eficaz meio de agredir pessoas. Portanto, há que criarmos limites. Na verdade, já há limites legais.

 

Para reduzir a velocidade e a virulência dos memes, temos que vacinar os humanos. Eles são os primeiros hospedeiros destes parasitas.

 

Há vacinas legais sim, mesmo que sejam ainda insuficientes!

 

   A Constituição Federal já abre seus artigos elencando como fundamento da República, a dignidade da pessoa humana. Eis a primeira dose da vacina. Mas há varias doses. Temos no Código Civil os artigos 11 ao 21 e o 187. Há ainda o Código penal nos artigos 138 ao 140.

                      

 


 

 Só para relembrar: o que ocorre no mundo virtual tem reações no mundo real. Se tu és um internauta do mal, cuidado com as vacinas.

 

O dano de uma imagem engraçada pode ser terrível. Afinal, pode ser extremamente ofensiva. Mas não é só isso. A gracinha virtual corre o risco de manter viva uma ferida que deveria ser esquecida. Veja que pode se transformar em uma afronta ao que chamamos de direito ao esquecimento.

 

Imaginemos que Paulo cometeu uma imprudência no trânsito. Houve vítimas fatais. Paulo cumpriu pena de forma disciplinada. Inclusive cursou aulas de mecânica durante seu encarceramento. Agora está livre, cumpriu exemplarmente sua pena.

 

Vai trabalhar em uma empresa grande. Vida nova. Acontece que a família de uma das vítimas, descobre que Paulo poderá voltar a vida normal. Então, cria um meme relembrando o ocorrido de forma negativa para o ex-detento. O meme viraliza. A empresa então não o contrata. E várias outras empresas não o contratam.

 

Percebam que a punição legal acabou, mas o justiçamento virtual continua. Não é possível com o meme esquecer o erro de Paulo, mesmo já tendo sido punido pelo Estado. Lembremos que não há no Brasil punição perpétua. 

 

Por quanto tempo Paulo será punido? 

 

Pelo tempo do meme? Há que se conter o excesso. O estado terá que ajudar Paulo a garantir seu direito ao esquecimento, o esquecimento do seu erro. Restará a ele buscar o judiciário.

 

O mundo virtual e os memes são perigosos para as pessoas. Principalmente para as mais frágeis ou fragilizadas por algum acontecimento em suas vidas. Portanto, a cada clique em coisas engraçadas, determinamos o tanto que somos responsáveis pelo mal que dali vier.  Do like ao compartilhamento, afetamos a realidade dos internautas. Não somos inocentes em nossas escolhas. Tenhamos por limite se não a fraternidade, ao menos a certeza que os limites legais um dia vão nos alcançar.

 

Fica a dica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 7 de maio de 2021

O tirano, a extrema-direita, o outro e os apaniguados

 


 

Podemos dizer que o tirano é alguém egocentrado, injusto e que se mantém pela força. O governo de um tirano elimina a liberdade, que é a essência da democracia e da vida política saudável.

 

Quem quererá viver sob a égide de um déspota?

 

Quem quererá viver sem liberdade?

 

Parece que para ambas as perguntas a resposta óbvia seria: Ninguém!

 

Será? Veremos.

 

Podemos dizer que a tirania é nossa conhecida, afinal tivemos uma ditadura militar por muitos anos. Com este regime ditatorial, as liberdades desapareceram. Para todos? Não. Inúmeras pessoas enriqueceram e viajaram pelo mundo. Alguns Estados viveram em abundância. Empresas cresceram e uma grande emissora de televisão surgiu. Aos opositores dos tiranos o mal, aos apoiadores as benesses.

 

Os amigos do golpe viveram bem, obrigado.

 

A tirania é respeitosa com os apaniguados do tirano. Basta continuar – e enquanto continuar - um afilhado do poderoso e tudo é uma maravilha. Aos opositores, ao contrário, as liberdades individuais são esquecidas e a violência corre solta.

 

Segundo os apaniguados é moralmente exigível denunciar os divergentes. A tortura é viável se o tirano assim entender como tal. 

 

Os defensores do rei que são religiosos, após as sessões de tortura, irão às igrejas com suas famílias sem problema algum. Inclusive, o “deus” destas igrejas também é um tirano. Esse deus agride e destrói seus opositores. Ao invés de um campo de concentração nazista, há o inferno eterno. Para não habitar após a morte o inferno, basta se aliar em vida a este deus e pronto. Aí o inferno será sempre para o outro.

 

Eis as questões dos apaniguados: 

 

- Se o mal do tirano é sempre para o outro, qual o problema que eu tenho com sua existência? Nenhum! Ao contrário!

 

- Se o tirano causa o meu bem, por que eu não o apoiaria? Afinal, o tirano só é tirano para o outro. Para mim, é um amigo e protetor.  

 

- Que me importa se o rei é autoritário, quando o autoritarismo dele é bom para mim?

 

- Que me importa se ele cerceia a liberdade do outro se eu me sinto livre?

 

- Por que eu seria ingrato com o autoritário?

 

- Sabe-se que o tirano age em causa própria, em benefício de seus próprios interesses. Entretanto, se eu e os meus enriquecem ao satisfazerem o tirano, qual o problema se ele também enriquece e se empodera?

 

Percebe-se que a tirania contemporânea não tem muito a ver com a preocupação com o cerceamento da liberdade e da democracia. Sabe-se que mais livre serão alguns com o cerceamento das liberdades de muitos outros.  Para os livres não importa os cativos.

 

A democracia é para os livres. Atualmente ela existe para os apaniguados (únicos que são livres).

 

Há quem acredite que será beneficiado sempre pelo autoritário. Há quem creia que o mal do tirano será sempre para o outro. 

 

Sempre a tirania do tirano atingirá quem é bandido e pobre. O perseguido é o outro (não sou pobre nem bandido).

 

O tirano sabe da minha crença e promete: Contigo nada acontecerá. O meu desejo de mal é sempre para o outro, nunca para ti. Basta que continues comigo. Assim como teu “deus”, serei teu amigo enquanto me louvares e teu inimigo se não me obedeceres.

 

Leitores esta é minha tese:

 

- Tu Manténs um ditador para que a liberdade subsista em máximo grau para ti e para os teus. É por isso que no Brasil o liberalismo convive bem com a extrema direita. Os extremados são tiranos. Tiranos que garantem a liberdade e a “democracia” para quem aceita sua tirania e uma liberdade vigiada.

 

Para o amigo do rei todo o opositor é um traidor imoral que deve ser supliciado e morto.

 

O tirano rei usará de todo seu poder para destruir quem a ele se contrapõe. É como já disse Maquiavel: Se não dá para ser amado, melhor ser temido.

 

Portanto, aos amigos do Rei dá-se tudo. Ao inimigo do rei dá-se a forca.

 

Com esta breve reflexão quero afirmar que tu deves crer que a extrema direita só é burra, violenta e má para os outros. Que nunca será cruel para ti que a serve.  Deves crer que enquanto tu a servires, serás livre e próspero.

 

Saibas: é apenas crença!

 

Mas, percebam os amigos do Rei, acima dele nada há. Portanto, não há nenhuma garantia de que cumpra sua palavra de tirano. Desconfies, portanto.

 

O mal sempre será para o outro, ele diz repetidamente. Será?

 

Quem define quem é “o outro” é o tirano. O próprio Rei é a espada de Dâmocles sobre tua cabeça.

 

Tenhas certeza, um dia a espada pontiaguda vai cair e os apaniguados da hora rirão. Pois será tua vez de ser “o outro”. Tua cabeça trespassada pela lâmina será objeto de “memes” nas redes sociais. Os amigos do rei tirarão fotos com seus caros celulares para ilustrarem o fim dos que devem sofrer. Tu serás o exemplo aos que devem temer a fúria do rei.

 

Espera que tua vez chegará. É apenas questão de tempo.

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 30 de abril de 2021

A estratégia da terra arrasada e os extremistas

 


 Uma estratégia muito eficiente utilizada em grandes conflitos com grandes exércitos, é a chamada terra arrasada. Esta tática foi usada contra Napoleão Bonaparte e contra os exércitos alemães na segunda Guerra Mundial. Ambas no território Russo.

 

Quando um exército avança no território e é muito poderoso, uma boa técnica é destruir a infraestrutura que vai ficando para trás. Destrói-se as plantações, o gado, as estradas e as telecomunicações. Com isso, o invasor não poderá receber auxílios (que se tornam cada vez mais imprescindíveis na medida em que avança em território inimigo).

 

Também, quando mais avança, menos poderá voltar pelo mesmo caminho, agora destruído. Sem alimentos, comunicações e combustíveis, o exército tão poderoso enfraquece e é derrotado. Quanto maior o exército, maior a necessidade de mantimentos e material para manutenção dos equipamentos. Eis a fragilidade dos grandes: sua manutenção.

 

É uma atitude, a estratégia da terra arrasada, extremada e muito sofrida, pois atinge não só os agressores: também a própria nação invadida.

 

Tanto Napoleão quanto o exército alemão sucumbiram a esta estratégia terrível.

 

Ao conversar hoje com uma pessoa politicamente extremista, adepta de golpes de Estado, percebi claramente o uso da técnica da terra arrasada na argumentação maluca que ela desenvolveu.

 

A partir desta conversa refleti sobre as falas dos extremistas que invadem as mídias sociais.

 

Todas de alguma forma usam esta estratégia extremada. Usam falácias que devastam tudo por onde circulam.

 

Em geral percebi que apostam no velho “Todo o político é ladrão”. Caso o interlocutor aceite este argumento, terá a terra atrás de si arrasada. Como isso?

 

Ora, se todo o político é ladrão, todos os demais argumentos que se referirem ao congresso, às câmaras de vereadores, aos senadores, deputados, governadores, prefeitos e aos vereadores serão deslegitimados. Efeito em cascata. Devastador. Portanto, falar em política ficará muito empobrecido, talvez impossível. Tudo foi arrasado!

 

Outro argumento perigoso. Caso aceitemos que os ministros do STF são tendenciosos (suspeitos) porque são indicados pelos Presidentes da República, tudo que for ratificado pela corte será desqualificado. Então, com o mesmo efeito de terra arrasada, tudo que arguirmos, e que foi ratificado pelo STF, não terá força de argumento válido. Afinal, dirá o extremista, vem de uma instituição prostituída. Como consequência desta devastação argumentativa, será mais fácil arguir o fechamento do STF que defender uma decisão dos Ministros da Suprema corte. Então, os argumentos dos interlocutores que se basearem nas decisões da suprema corte serão invalidados. Isso será tão catastrófico que impedirá o diálogo produtivo sobre a justiça. Vitória do extremista!

 

Ainda mais um exemplo das investidas que querem terra arrasada: "Toda a ciência erra inúmeras vezes, então ela é falha. Como é falha, não dá respostas que mereçam confiança". Já perceberam onde isto vai dar? Percebem como este argumento arrasa a terra por onde os dialogantes caminham? Ora, como a ciência falha, conclui o extremista, por que devemos evitar a Cloroquina e similares?  O extremista vibra!

 

Se quem argumenta for imprudente, aceitará inadvertidamente as premissas que terminam em terra arrasada. A partir daí terá dificuldades em sair do caos que se seguirá.

 

Não resisto e vou dar ainda mais um exemplo desta estratégia. Hoje eu ouvi mais ou menos o seguinte (falso) silogismo:

 

"Toda democracia aceita opiniões.

O STF não aceita inúmeras opiniões.,

Logo, o STF não é democrata nem respeita a democracia".

 

Percebem que esta técnica dos extremistas tende a confundir, a arrasar, a nos levar a sofismas sequenciais?

 

É perturbador! Vai arrasando a lucidez, desviando o foco e sempre nos afastando do tema central.  Quanto mais a conversa avança, tanto mais o terreno dos argumentos vai sendo arrasado.

 

O que quer o cidadão extremado? Ele quer destruir o adversário e tudo fará para defenestrá-lo. Mesmo que a destruição dos argumentos se volte contra ele logo ali adiante!

 

O extremista acabará por impor a si mesmo a impossível missão de defender que o fechamento do STF não é um golpe. Terá que fatalmente fugir da evidência da vantagem de seguir a ciência. Terá que gastar muita energia para defender que toda e qualquer opinião é permitida numa democracia, mesmo a ilegal e a antidemocrática!

 

Todo o extremista não quererá voltar sobre seus passos. Ele sabe que destruiu tudo por onde argumentativamente passou. Todo o extremista opta pela terra arrasada.

 

Alerto! O incauto que cair na terra arrasada ficará sem norte. Cercado pela devastação não terá socorro. Sem argumentos, ficará desarmado. Confuso, vai capitular. Inexperiente neste tipo de artimanha de guerra, corre o risco de perder a batalha.

 

Há que se pensar se vale a pena entrar em tal conflito.

 

Caso sejas corajoso para tal embate, aviso: não cede a argumentos do senso comum. Guarda tua lucidez para os embates que se seguirão. Evita por cansaço aceitar argumentos que te farão falta no futuro. Os diálogos com extremistas costumam ser longos, irritantes, frustrantes e, não raro, inúteis.

 

Fica a dica.

Livro Planeta dos macacos de 1963