domingo, 9 de dezembro de 2018
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
A prisão é preventiva? A liberdade é exceção?
A liberdade é inata (incriada), vital, imprevista e
ilimitada temporalmente. Contrario sensu,
uma liberdade chamada de provisória não existe na realidade. Se é provisória, é
um benefício ficto, um construto jurídico.
Totalmente diferente da liberdade humana, o
encarceramento é criado, previsto e é limitado no tempo. Para o crescente
número de adeptos ao encarceramento generalizado, estas verdades são estranhas
e indesejáveis. Para estes, é difícil aceitar que a liberdade é ampla e vitalícia,
e que toda a prisão é excepcional e limitada.
A ilusão do punitivismo tupiniquim se alicerça no desejo
do encarceramento como regra, e que se prolongue até a morte do encarcerado. Baseia-se
no desejo de que as liberdades sejam provisórias e excepcionais. Uma inversão
da lógica civilizatória e da Constituição pátria.
Parcelas da sociedade querem primeiro prender
(determinadas) pessoas. Depois, se assim o desejarem, soltá-las.
Inaceitável crer que inúmeras pessoas são vistas
como se (ainda) estivessem livres, apenas para aguardarem o reconhecimento da
necessidade social de suas prisões. Mesmo aquelas parcelas da população
empobrecidas e marginalizadas: elas não estão em liberdade provisória. Não
estão apenas aguardando o momento do encarceramento. As regiões conflagradas e perigosas são tão
livres quanto qualquer outra. Em todos os lugares, insisto, a liberdade é a
regra: não é provisória nem excepcional!
Segundo as (os) fofoqueiras (os) de plantão: “fulano (a) está livre só por que ainda não
cometeu crime! É só uma questão de tempo! Mas as autoridades vão esperar ele
machucar alguém para agir? Incompetentes! Aff!!!” Essa fofoca representa o
pensamento dos que acreditam no encarceramento como regra para determinadas
comunidades. Algumas pessoas sussurram que, para alguns sujeitos, nem seria preciso
cometer crimes para serem punidos maximamente. Os ideólogos do encarceramento quase
afirmam que a punição prévia seria boa, pois preventiva. Ou seja, para alguns corpos e para alguns comportamentos,
é permitida apenas uma liberdade provisória (até que cometam o crime tão
esperado/desejado).
Entretanto, não é permitido esquecer que o Estado e
seus aparatos repressivos existem para garantir a liberdade. Ele só existe para
que continuemos livres, o mais livre que for possível. Sociedades que querem um Estado Pittbull
treinado para agredir, é um conjunto de pessoas doentes. A culpa do Pittbull agressivo é sempre do
dono. A culpa de um Estado que não soluciona as questões sociais, mas prende
muito, é sempre da sociedade.
Trancafiar e esquecer. Colocar na masmorra e criar
fossos em volta. Afastar. Eis o ideal dos adeptos do encarceramento. Querem invisibilizar
as pessoas nas prisões. Tentam uma pena de morte por esquecimento. Obviamente não
é possível nem é saudável!
Sujeitos livres não podem ser esquecidos. A
liberdade não pode ser esquecida.
As pessoas livres nas ruas exalam suas mazelas, é
natural. Os conflitos gritam as diferenças sociais. Assim deve ser. Na verdade, os que desejam encarcerar
pessoas, aspiram mais ao encarceramento da discussão sobre os conflitos sociais,
do que barrar a violência. Pelo tempo
que prendemos mais do que ajudamos as pessoas, os conflitos continuarão, a
violência se manterá, a liberdade será exceção e a prisão a regra.
sábado, 24 de novembro de 2018
O filme Idiocracia. Uma crítica política
A questão proposta pelo Filme Idiocracia é a seguinte: um
mundo onde a falta de inteligência é a regra e a mediocridade intelectual é o
máximo da inteligência disponível. Um mundo onde a única informação vem pelos
canais abertos de televisão. Uma realidade onde o maior prazer possível é o
sexo e o maior poder é o de comprar coisas.
Nesse mundo
hipotético, a política é a arte de gerir imbecis. Nem os gestores são capazes
de fugir da sina criada por eles mesmos e pela sociedade: também os gestores
políticos são idiotas. A máxima romana “pão e circo” é elevada ao seu máximo
acelerando a imbecilização coletiva. Idiotizar o povo tem como efeito colateral
criar administradores imbecis. Ora, não há como destruir o conhecimento sem
destruir os seus destruidores.
Uma
reformulação do sistema construído no futuro começa a se estabelecer quando uma
pessoa comum, mediana e simplória para os padrões atuais, passa a ser
considerada a pessoa mais inteligente do mundo. Eis a sátira que não nos faz
rir, mas nos assusta.
Não estou
pensando o termo idiota no sentido dado pelo dicionário.
Idiota: Que ou a pessoa que é pouco inteligente ou não tem bom-senso;
pateta, parvo(a), estupido(a); imbecil. (Grande dicionário Sacconi. Editora
Nova geração.)
Prefiro no
contexto do Professor Mário Sérgio Cortella no seu livro Política para não ser
um idiota. O professor nos fala sobre este adjetivo afirmando que da Grécia
clássica até agora, acabou invertido o conceito original de idiota. Antes, a
expressão idiótes (em grego), queria apontar a pessoa que só vive a vida
privada, que recusa a vida política.
Portanto, é
evidente que o substantivo política que utilizo, não se refere apenas a busca e
a manutenção do poder no Estado.
Quando uso a
expressão política, com certeza me afasto do senso comum. Afasto-me do
entendimento que a política é o desejo egoísta travestido de interesse público.
Muito, muito menos estou falado de partidos políticos. Na Grécia clássica, a
política era entendida como as ações proveitosas à cidade-estado (a polis).
Todas as pessoas deviam se entregar às questões políticas. Isto era considerado
bom e belo. Gerir a cidade era um problema que deveria ser para todos e não
para alguns. Afinal, a cidade era de todos e todos eram responsáveis por ela. A
democracia sobrevivia às diferenças de opiniões, às críticas e até à
coexistência com escravos. Esse é o contexto que dou a expressão política.
No filme a falta
de inteligência, o desejo sexual irrefreado e o desmedido consumo, reduziu a
sociedade a indivíduos egoístas, apolíticos (idiótes) e emburrecidos. A
liberdade para pensar desaparece num ambiente livre para a satisfação corporal
e inóspito para a reflexão. Uma vida para o consumo inviabiliza a capacidade de
reflexão e de fazer política. Nesse contexto discutir a cidade, a cultura e a
ética não é possível. Nessa sociedade imaginada, as pessoas são seus instintos
(a eles se limitam): a autopreservação, o sexo, a alimentação e a fuga da dor.
Ora, por consequência, aproximam-se da vida animal. Não refletem, apenas
ruminam o que recebem numa busca monótona da satisfação corporal. São
semoventes conduzidos por alimárias. Lembrando Platão, esse mundo
idiotizado é possível por que as pessoas vivem apenas para seus sentidos,
limitados pelo mundo material (em oposição ao mundo ideal). Afastando-se do
mundo das ideias, permanecem no erro e na ignorância. Animais e idiotas (no
sentido grego) vivem apenas para o prazer.
A capacidade
para sermos racionais é inata. Entretanto, é construída também. O homem por
esforço próprio pode se imbecilizar. O homem pode decidir investir na
satisfação de seus desejos e pronto. Então, o risco de entregar-se à preguiça
intelectual é grande. O risco de não desenvolver a racionalidade também é
grande. Todos nascemos para sermos inteligentes, mas nem todos podem ou querem
desenvolver essa capacidade. Dá muito trabalho! É exaustivo! Desenvolver
nossa inteligência é um ato político. Sair da mediocridade é um ato disruptivo.
Conheci o
filósofo e padre Achylle Alexio Rubin. Falei com ele uma vez e encantei-me.
Então, acabei comprando o Livro dele, Minha pequena filósofa. Minha pequena
filosofia. No capítulo 7 do livro citado, o padre define a inteligência no
contexto da aprendizagem:
"A inteligência nos liberta, ainda que relativamente, dos
condicionamentos da materialidade. Não somos como os animais que, desde sempre
e para sempre, constroem os seus ninhos da mesma forma, emitem as mesmas vozes,
abrigam-se do mesmo jeito, buscam o necessário para sua sobrevivência com os
mesmos hábitos.
Nós, pelo contrário, usamos através dos tempos, de uma simbologia
variadíssima para nos expressar e nos comunicar. As línguas e dialetos são
quase infinitos, os estilos arquitetônicos, literários, poéticos e musicais
surgem com variadíssimas formas de expressão. A dança e o balé são riquíssimos
em movimentos criativos”. *
Na
(pseudo)democracia vista no filme, não há espaço para a criação, para a
linguagem variada e para compreensão do outro. Muito menos para a política.
Compreender e fazer política: dois temas que exigem desenvolvimento
intelectual, moral e ético. No mundo hipotético do filme, o consumo supera a
empatia e a alegria em conviver. Sem convivência desejada e refletida, não há
política. Sem política, não há motivos para sermos humanos. Basta consumir,
transar e sobreviver sempre mais um pouquinho.
·
Rubin, Achylle Alexio. Minha pequena filósofa. Minha pequena filosofia. Santa
Maria. Editora Palotti. 2001. Página 38
quinta-feira, 22 de novembro de 2018
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
Paradoxo da visão Bolsonarista sobre armas no contexto da legítima defesa.
Art. 25 CP - Entende-se em legítima defesa quem,
usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. (grifos nossos)
Durante toda a campanha do presidente eleito, houve
especial incentivo ao porte (e ao uso) de armas. Icônica foi a imagem de uma
criança no colo do Sr. Bolsonaro. Ela foi levada por ele a simular com sua
mãozinha uma arma letal.
A justificativa bolsonarista para a facilitação do porte (e
do uso) é a autodefesa. O presidente eleito faz forte investimento emocional.
As pessoas devem perceber a violência exclusivamente como reflexo da ausência
policialesca do Estado no dia a dia das cidades. Por consequência, esta
ausência justifica a autodefesa letal por armas de fogo.
O conceito de legitima defesa foi extremamente alargado.
Alargado para que seja possível o discurso legitimante da possibilidade da autodefesa
letal. Segundo os bolsonaristas, o cidadão de bem é vítima da omissão policial
do Estado.
É fato que a população em sua grande maioria não sabe o
conceito legal da legítima defesa. A imprensa, o político eleito e os
apoiadores do Sr. Bolsonaro, não esclarecem à população este conceito tão
técnico. Ao contrário do esclarecimento, os apoiadores do porte/uso de armas estabeleceram
uma dicotomia artificial e maliciosa: de
um lado há o cidadão de bem. Este cidadão pensa e age de acordo com o conceito popular/prático/eficiente
do que seria a autodefesa garantida por lei. Do outro lado, estão os
engravatados, os políticos encastelados, os esquerdistas e os teóricos bobos.
Estes seriam os que não querem resolver de fato e imediatamente o problema da
violência.
A dicotomia é tanta que o simples fato de questionar a
solução armada da violência endêmica, já é motivo para ser visto com desconfiança:
“Então, adota o bandido e leva para casa!”.
Agora vemos no RJ o futuro governador apoiando a lei do
abate de criminosos armados. Grosso modo, seria a aceitação legal de que a
pessoa que portasse arma em atitude suspeita (nas favelas!), poderia ser
abatida por policiais à distância (Sniper). Esse projeto de lei pretende reduzir
a violência armada que tanto mata. Reduzir através da morte por tiros vindos de
longe. Armas detendo armas.
Em determinadas regiões e quando usadas por determinadas pessoas,
o porte de arma de fogo levaria à pena de morte legalmente permitida. Penalidade
imposta sem julgamento, sem nada. Novamente, a tese ampliada da legítima defesa
ressurge, agora no Rio de Janeiro. Mais ou menos assim: se o sujeito está
armado ilegalmente, por consequência se presume que vai matar alguém. Então, em
defesa desse alguém, é morto o futuro agressor (morto antecipadamente ao crime).
A premonição de um crime permitiria uma morte imediata. Novamente, não há
preocupação em entender o conceito legal de legítima defesa. É necessário apenas
agir, apertar o gatilho à distância.
A tese dos bolsonaristas: Alguns podem/devem portar/usar armas
e outros terão pena de morte se portá-las (mesmo que não as usem).
Podemos resumir imaginando: uma pistola na mão de um
cidadão de bem será permitida. O policial atirador, numa distância de um
quilômetro, vai decidir a qualidade do cidadão (se é um cidadão de bem). Caso a
pessoa não for considerada confiável, poderá ser abatida á distância. Qual o
critério? Se falamos de atiradores distantes, o referencial será a aparência externa
das pessoas. Então, pela aparência e pelo lugar, o policial vai abater... ou
não.
O paradoxo:
Afinal, os bonsonaristas querem ou não armas? Se sim, é
para todos os cidadãos e em todos os lugares? Ou para uns a arma será possível
e para outros não? A autodefesa por armas só será legítima para o cidadão visivelmente
de bem ou para todos os brasileiros? Tanto o MST quanto o militante contra o desmatamento, terão o mesmo acesso ao porte/uso de armas? O indígena e o madeireiro, idem?
Importante
e fundamental: Não falo de forma dicotômica: bandidos x
mocinhos. É obvio e já superado que delinquentes não podem portar armas.
Preciso soletrar?
Imagina agora o perfil do presidiário brasileiro. Qual sua
cor? Onde mora? Qual sua escolaridade?
Agora imagina o Sr. Silva. Ele tem as características visuais do
presidiário padrão. Entretanto, ele é trabalhador e tem família (família
tradicional). O Sr. Silva está armado (pois agora é permitido). Houve tiros. Vê
gente correndo. A polícia está por todo o lugar. Silva tem medo e saca a arma.
Ele imagina que ao ver o bandido vai atirar e matá-lo. Ajudará a si mesmo e à
polícia. Imagina que nem vai ter problemas com a justiça. Afinal, a legítima
defesa está escancarada! Tese fácil. Acontece que o atirador de elite ao ver
aquela pessoa com aquelas características, numa região conflagrada, com uma
arma na mão, não hesita. Atira e o mata na distância de mil e quinhentos
metros. É a arma do policial querendo deter a arma “do bandido”. É a construção
aloucada (criada pelo senso comum) de um conceito espúrio de legítima defesa.
O paradoxo das armas. A arma do Estado policialesco que
tenta desarmar. O porte/uso de arma permitida pelo Estado pondo em risco o
cidadão. O Estado cada vez mais violento para reduzir a violência.
O paradoxo bolsonarista fica evidente no Estado do Rio de
Janeiro. Logo será evidente no país inteiro.
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
O silêncio pitagórico
Há muito
ruído em volta de nós. Imagens, cores, sons e tecnologias brilhantes. Tudo
grita a nossa volta. O silêncio é uma exceção num tempo de informações que
ululam o tempo inteiro.
Se nossa vida
fosse um aquário, a água seria as expressões todas!
Dentro de nós
também não há silêncio. Nossos pensamentos têm asas e voam o tempo inteiro. Nem
sempre coincidem no mesmo espaço nosso corpo e nossos pensamentos. Ficar atento
por vários minutos é muito complicado. Nossa mente fala o tempo todo, quer
sempre mais.
A velocidade
é mais empolgante que o tempo da leitura e da compreensão. O tempo de vociferar
é mais rápido que o tempo do ouvir. Vociferar parece ser mais eficiente que ouvir.
Dizer o que pensamos parece ser mais transformador do que ouvir. Ler títulos,
pequenos rótulos e slogans parece ser muito mais esclarecedor que ler os textos
longos, densos, chatos. Usei a palavra “parece” intencionalmente. Como diz o ditado popular: nem tudo que parecer ser, é de fato.
Lotados de
preconceitos, de paradigmas corriqueiros e de ruídos informacionais de todos os
tipos, opinamos o tempo inteiro. Opinamos tanto que passamos a ser ruído
também. Impedimos outras pessoas de curtirem o silêncio. Temos dentro de nós
barulhos e nos tornamos barulho para os outros. Há, inclusive, certo orgulho
quando dizemos: falo o que quero, quando
eu quero. Quem não gostar que não ouça! Pois e´, mas quando falamos o tempo
todo, sempre atingimos pessoas: como todas fugirão de nós?
Quando uso o
verbo falar, quero trazer a ideia de expressão. Pode ser a voz, a cor, a
música, a expressão facial e corporal.
Imaginemos o
cidadão X. Ele é da classe média e é medianamente informado. O sr. X lê todos
os títulos dos jornais impressos. Ama o twitter. Ouve os jornais das tvs
comerciais. Locupleta-se com as mensagens que recebe no whatssap e no messenger.
Lê todas elas o tempo todo. Seus amigos
são similares. Nos finais de semana se encontram e dizem as mesmas coisas, os
mesmos bordões. Falam o tempo todo. Ninguém ouve bem, todos se expressam muito.
O cidadão X comanda esses encontros e
não tem amigos discordantes. Ele adora aqueles ruídos que lhes é tão familiar.
Não há espaço para o silêncio interno, muito menos o externo.
Creio que o
Sr. X representa a grande maioria de nós.
Lembrei nesse
instante de uma das primeiras lições que os discípulos de Pitágoras aprendiam:
o silêncio. Por algum tempo diariamente o discípulo deveria aquietar-se e
apenas ouvir o mestre. Não podia questionar. Talvez, sendo um discípulo antigo,
pudesse questionar o mestre nestes momentos de silêncio. Mas era exceção à
regra. Sendo este filósofo e matemático uma figura famosa por sua inteligência,
não posso crer que o silêncio imposto significasse a aceitação passiva dos seus
ensinamentos. Entendo que Pitágoras percebia que saber ouvir em silêncio
interno facilita a aprendizagem. Ruídos atrapalham. Permitem que algo se perca
do ensinamento precioso.
Hoje não
temos momentos de silêncio interno.
Estamos locupletados de verdades falantes dentro de nós. Os espaços para
aprender é cada vez menor. Zygmund Bauman
fala de um tempo líquido. Eu creio no tempo dos barulhos. Todos se expressam.
Poucos se entendem. Mas quem se importa? A pessoa mediana acredita que seu direito
de se expressar é em muito superior a obrigação de entender!
Concordo com
Pitágoras. Precisamos de um tempo para ficar em silêncio e apenas ouvir. Ouvir
e aprender. Após aprender, então expressar o que pensamos. Isso com o cuidado
de nos expressarmos para quem fique quieto o tempo suficiente para nos
entender. Caso contrário, não vale a
pena.
Espero que
tenham lido esse texto silenciosamente.
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