sexta-feira, 17 de maio de 2019
domingo, 12 de maio de 2019
Contribuição ao artigo "Entre a esquerda e a direita" de Paulo Germano. Jornal Zero Hora
Gostei da intenção do teu escrito intitulado “Entre a esquerda
e a direita”.
Respeitosamente, gostaria de fazer alguns comentários.
Tu falas
que a igualdade de salários, posses e riquezas leva à tirania. Creio que não é possível estabelecer uma
consequência lógica, linear e determinada tendo numa ponta a igualdade e noutra
a tirania. O conceito de tirania não é
fácil, mas podemos salientar algumas ideias chaves. O tirano abusa do poder,
oprime, domina, é ilegítimo e usa da força para controlar as pessoas. A tirania
trás de um lado a ideia de poder e de outro a contraposição a este poder. Ora,
a igualdade não trás em si mesma esta contraposição tão negativa. Caso um povo
opte por ser igual entre si e eleja seu representante que tenha o mesmo desejo, não há motivos para a
tirania.
Parece-me
que trazes como evidente a concepção de que as pessoas não querem
(naturalmente) ser socialmente iguais, portanto, se insurgiriam e, na
sequência, o governante não aceitaria tal insurgência. Por não ser a priori um
sujeito democrático, o governante certamente tornar-se-ia um tirano. Veja quantas
concepções implícitas tu trazes:
1)
a igualdade é um mal social;
2)
as pessoas não querem a igualdade social;
3)
haveria insurgência;
4)
o governante necessariamente antidemocrático,
retalharia não ouvindo o clamor popular;
5)
como consequência, teríamos a tirania
implantada.
Ufa! É muita coisa implícita! Imagino que os povos indígenas
da Amazônia, aqueles que ainda não conhecem nossa vida política (intocados
ainda); estranhariam teu raciocínio. Afinal, acredito que tenham uma hierarquia
mínima numa igualdade máxima possível.
Quero crer que a tirania não é consequência natural da
igualdade, mas uma construção social que pode ser modificável a gosto das
sociedades. Inclusive, podendo criar uma sociedade igual e democrática. É uma
utopia, eu sei. Entretanto, modestamente entendo ser melhor esta utopia que a
tua fatalidade lógica.
Mesmo nas
sociedades democráticas (quando desiguais), não é possível sermos o que queremos
ser, nem ter o que queremos ter. As pessoas são obrigadas a serem ou terem o
que conseguirem! E, na grande maioria das vezes, conseguem bem pouco.
A
igualdade proposta pelos pensadores da esquerda, não se refere a salário. Mas a
oportunidades iguais. Mas não só isso. Uma formação intelectual em igualdade. Saúde
em igualdade, bem como moradia e alimentação similar entre todos. O resto é
consequência destas igualdades.
Quanto
tu falas em competição, excluis a igualdade. Quem ganha já é um desigual em
relação a quem perde. Eu lutava uma arte-marcial. O instrutor ensinava: “Tu não vais competir com teu oponente. Tu vais competir contigo mesmo.
A cada erro teu, uma aprendizagem. Só isso.
O oponente nunca será mais ou menos do que tu.” Entendo este
ensinamento como um exemplo de uma igualdade real. Mesmo eu ganhando ou perdendo
a luta, continuava igual em dignidade ao meu oponente. Entretanto, eu ficava melhor vencendo
as minhas falhas. Só isso.
Quando
a esquerda pensa em igualdade, no sentido que estou dando, não há esquerda ou
direita. Apenas homens e mulheres querendo se desenvolverem o mais que puderem como
pessoas em sociedade. Não falemos, portanto, somente em igualdade de
oportunidade. Mas de uma igualdade desde sempre. Ah! Igualdade não é tratar os
diferentes como iguais. É tratar todos de forma que os diferentes tenham os
mesmos direitos de acesso às benesses da sociedade
Escrevo na esperança de contribuir contigo.
Abraços fraternos
Amilcar Bernardi
www.profamilcarbernardi.blogspot.com
sábado, 11 de maio de 2019
terça-feira, 7 de maio de 2019
Obviedades
Uma maneira eficiente, porém trabalhosa de matar árvores, é impedir
que suas raízes se alimentem. Demora um pouco, é preciso alguns cuidados para
impedir que as raízes achem nutrientes, mas com certeza ela morrerá
silenciosamente. Secará, cairão as
folhas, o verde desaparecerá até que morra totalmente.
Outra obviedade: se eu tenho uma padaria, fico muito preocupado com os
cursos de formação de padeiros. Porque se as pessoas não quererem fazer mais
pães, ou fizerem pães ruins, como vou sobreviver? Eu vivo de pães! Uma
sociedade que não sabe fazer pães, esta fadada a não ter cafés da manhã
gostosos! Ela começará a reclamar da ausência dos pães, sem reclamar da
ausência dos padeiros! Credo! Esses
parágrafos são óbvios demais!
Coisas evidentes muitas vezes se tornam invisíveis
por parecerem insignificantes. As pessoas não estão vendo o que está
acontecendo ante nossos olhos. Se a educação fosse uma árvore, os educadores
seriam as raízes. Fácil entender que a
educação formal é feita de professores. Então, basta olharmos para o número
destes profissionais e fica mais claro ainda o problema. Cada vez temos menos
gente querendo ser professor. As universidades não conseguem captar candidatos
nesta área da mesma maneira que outras áreas captam. É só ver os números. Se a
educação fosse árvore, estaria morrendo pelas raízes, de fome. Se a escola
fosse uma padaria, faltariam padeiros. E mais, pouca gente desejaria fazer o
curso de padeiro, mesmo querendo pães muito gostosos!
A sociedade cobra muitas coisas. Porém, esquece de cobrar um
tratamento digno aos professores. As pessoas até clamam por uma educação melhor
e não lembram dos educadores. Não podemos ser hipócritas, é preciso aumentar
salários, como é preciso aumentar o número de vagas para os alunos. Mais necessário
que o Estado qualificar o professor e bem mais urgente, é dar as condições salariais para que possa
ele mesmo qualificar-se.
O mestre não quer nada de graça. Ele quer dignidade. Continuo dizendo obviedades.
O mestre não quer nada de graça. Ele quer dignidade. Continuo dizendo obviedades.
Temo por meus netos. Quem serão seus professores? Haverá professores?
Qual a qualidade das vivências culturais dos que se candidatarão à
docência? As respostas são óbvias também,
mas não quero escreve-las. Vou deixa-las doendo no meu peito de professor.
domingo, 5 de maio de 2019
quinta-feira, 2 de maio de 2019
Vaquejadas e assemelhados
Imaginemos a
situação real, pois histórica: Dois animais, ou mais, em um ambiente fechado
assistido por inúmeras pessoas. Estes animais precisam lutar entre si até a
morte. Para aumentar o poder de seus membros superiores, estes são dotados de
lâminas pontiagudas para melhor ferir o adversário. Antes desta luta, estes
animais são presos e só serão soltos se vencerem a luta mortal. Como
justificativa é dito que o público gosta muito. É um evento cultural muito
conhecido e através dos séculos ainda é lembrado. Gerava lucro. Crianças e
adultos assistiam e se divertiam. Os que assistiam eram devidamente protegidos,
ficavam à distância, seguros, sentados e aplaudindo. Alguns animais se sobressaiam e era melhor
tratados que outros. Este evento era legalizado e aceito como algo cultural e
catártico. Apesar de ser aceito à época, certamente, apesar do apelo cultural,
as lutas entre gladiadores (animais humanos) seriam facilmente declaradas
ilegais hoje. Apesar do lucro que gerava, apesar de serem um evento dito
cultural. O valor da vida e a repulsa à
dor, hoje, são por demais evidentes para serem sequer discutidos. Salientemos
que os animais não-humanos são criaturas vivas e, como regra geral, sentem dor.
A distância entre animais humanos e não-humanos é pequena sob este ponto de
vista. Do viés da proximidade entre humanos e não humanos vamos observar o
conflito entre os direitos fundamentais, quando o tema é o sofrimento e morte
dos seres ditos “irracionais”.
Os direitos
fundamentais tem a mesma hierarquia. Por exemplo, o direito à vida e o direito
à dignidade humana “pesam” o mesmo na balança da justiça. Portanto, um doente
terminal, mesmo sofrendo, não pode exigir a eutanásia. Os princípios colidem. Ambos os princípios são verdadeiros. Serão,
por consequência, necessárias outras fundamentações para solucionar a questão
em conflito, afinal, os direitos fundamentais não são absolutos. São testados
diariamente no dia a dia das pessoas. Os seres humanos só são humanos por que
convivem entre si e com a natureza. Os humanos limitam-se entre si e são
limitados pela natureza. Evidentemente,
para a nossa espécie se manter, ela limita a existência da natureza (lato
sensu). Entretanto, é preciso razoabilidade e respeito entre os viventes.
Saliente-se que não nos referimos apenas a relação entre racionais, mas entre
viventes. O estatuto de ser vivo é superior ao de ser racional. Não há razões
para estabelecer hierarquia diversa. Como é uma questão de escolha a valoração
entre a superioridade do racional ou da vida, é justo que a razão (a única que
tem o poder de escolher), opte pela vida. Sem vida não há racionalidade humana possível.
Além do direito (jus), por consequência, levar-se-á em consideração a filosofia
e a ética, a sociologia, as ciências médicas e ambientais para solucionar os
conflitos entre as normas constitucionais no aspecto aqui abordado.
As ciências
biológicas nos trazem o conceito de homeostase. Entendendo esta como a
estabilidade que os organismos vivos necessitam para se desenvolverem em
plenitude. Vem da palavra grega
Homeostasis: (homeo- = semelhança; -stasis = ação de pôr em estabilidade). Por
consequência entre os humanos e os elementos da natureza, deve prevalecer o
equilíbrio. Para que haja equilíbrio, é possível que os organismos não
contribuam de forma idêntica, mas de forma desigual para manter o equilíbrio. O
artigo 225 da CF ao afirmar no seu caput a prevalência do meio ambiente
ecologicamente equilibrado, dá o tom que deve preponderar para uma “homeostase
social”, mesmo que haja grupos que acabem cedendo mais que outros.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
A garantia dos
diretos culturais, mesmo sendo hierarquicamente igual ao direito ao meio
ambiente, torna-se secundário em relação ao objeto defendido no artigo 225.
Neste, preserva-se o uso comum, a qualidade de vida, a coletividade e as
futuras gerações. O artigo 215 não tem esta amplitude, nem tem força suficiente
para facilitar um equilíbrio entre vida e cultura.
Art.
215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e
acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a
difusão das manifestações culturais.
Quanto mais
aplicarmos o artigo constitucional 215 nas questões que envolvam as aflições
cometidas aos animais, menos relevante ele se torna em relação ao artigo 225 da
carta magna.
Cremos que
sequer é possível afirmarmos que há um conflito entre estes preceitos
constitucionais. Esse conflito é aparente quando argumentamos em termos da
amplitude das defesas. Assim como o direito à vida se refere a um bem mais
amplo que os demais, a defesa do meio ambiente (planetário) deve prevalecer à
defesa da cultura (regional), quando estiverem na situação de uma excluir o
outra.
A vaquejada
agride os animais não-humanos (portanto, a vida) provocando a dor e até a morte
destes. O direito às atividades culturais não pode receber em seu seio sua
própria negação: a dor e a morte. Portanto, considerando o meio ambiente vivo,
equilibrado, saudável e sua incompatibilidade com a prática da vaquejada;
proíba-se esta para o bem daquela.
O governo brasileiro, o Leviatã, a mão invisível do mercado e o Frankenstein
Para que faça sentido o que vou dizer
neste texto, é preciso que nos lembremos de três elementos importantes: o
Leviatã, a mão invisível do mercado e o Frankenstein. Não seguirei a ordem
cronológica do surgimento de cada um deste trio, mas a ordem lógica dos meus
argumentos.
O leviatã é a figura fantástica imaginada
por Hobbes, significando a força do Estado. É uma entidade fortíssima e
assustadora. É feita de crânios humanos sob uma coroa (é um rei). Numa das
mãos tem um cetro (mão esquerda), noutra uma espada. Isto porque ele é feito de
cidadãos (crânios) , detém a justiça divina e a força militar. Segundo Hobbes, como o
homem é o lobo do homem, o Estado tem que ser o Leviatã. Uma instituição forte
que nada deve aos indivíduos, mas estes devem a segurança e manutenção das suas
vidas a ele (o Estado Leviatã). As pessoas para não morrerem em guerras
constantes entre si criam e mantém o Estado. Vivem a ele subordinados. O
indivíduo não questiona as leis, pois graças a elas está vivo. Viver entre pessoas
é extremamente perigoso, segundo o filósofo Hobbes. É melhor a submissão total
ao Estado do que morrer na insegurança da violência humana. Segundo o autor, é
um preço pequeno para quem quer viver com tranquilidade e seguro. A escolha é
bem simples e dual: ou a guerra de todos contra todos (a morte certa) ou a
submissão plena.
No
Leviatã Hobbes (1587-1666) parte do princípio de que os homens são
egoístas e que o mundo não satisfaz todas as suas necessidades, defende por
isso que no Estado Natural, sem a existência da sociedade civil, há
necessariamente competição entre os homens pela riqueza, segurança e glória. A
luta que se segue é a «guerra de todos contra todos», na célebre formulação de
Hobbes, em que por isso não pode haver comércio, indústria ou civilização, e em
que a vida do homem é «solitária, pobre, suja, brutal e curta.» A luta ocorre
porque cada homem persegue racionalmente os seus próprios interesses, sem que o
resultado interesse a alguém. (http://www.arqnet.pt/portal/teoria/leviata.html)
Adam Smith (1723 — 1790) idealizou a
teoria que ele chamou de “A mão invisível do mercado”. Este filósofo e
economista afirmava que o Estado deve ser mínimo. Os governos deveriam ser
meros administradores dos conflitos entre as pessoas. O mercado agiria por sim
mesmo. Evitando que os homens
indisciplinados atrapalhassem os negócios, tudo naturalmente daria certo. A mão invisível do mercado regularia os
preços, os empregos, as riquezas. Nada de sobrenatural. Apenas ocorre que
havendo muita oferta de produtos e pouca procura, o preço cai. Se há pouca
oferta e muita procura, o preço sobe. O Estado nada tem a ver com isso; nem
deve intervir. As pessoas são livres para ofertarem e para consumirem o que
quiserem nas quantidades que quiserem. Se querem muito, pagam mais. Se querem
pouco e o produto tem em abundância, pagam pouco. A lei da oferta e da procura é similar às
leis matemáticas. Interferir na liberdade de escolha em consumir ou não, em
pagar mais ou menos, é uma insensatez. Não cabe ao Estado decidir: é o produtor
e o consumidor que escolhem. As leis estatais não só protegem a mão invisível
quanto impedem a violência. Simples assim.
Em A Riqueza das Nações (1776), Adam Smith cunha um conceito de grande
valia para os liberais até hoje. A Teoria da Mão Invisível fala a respeito da
auto-regulamentação do mercado. Dessa forma, dentro de uma economia de mercado
– fosse interna ou externa – o próprio mercado se fiscalizaria. Desta maneira,
apesar de não existir uma entidade coordenadora estatal e comunal, a ação dos
indivíduos seguiria uma ordem. A esta ordem de ações reguladas dá-se o nome de
mão invisível, que orientaria a economia. A mão invisível que Smith se refere
pode ser facilmente comparada ao que hoje se entende por “oferta e procura”.
Para tanto, o mercado regularia a si mesmo conforme as necessidades do
consumidor, segundo o teórico.
(https://www.todoestudo.com.br/historia/adam-smith)
A história do Frankenstein é bem
conhecida. Um cientista amalucado junta pedaços de corpos humanos e constrói
uma criatura com eles. O conflito: acontece que a criatura não é só uma coisa,
mas não é humana também. Não há espaço para ela nem entre os humanos, nem entre
os animais. A criatura sofre rejeição e violência. Fica claro que fazer uma
pessoa juntando os pedaços de outras, não é coisa que vá dar certo. Vejam que
não falo de doação de órgãos, mas de construção de pessoas.
Agora convido vocês a imaginarem a
situação complexa que vou mostrar. Imaginemos que o leviatã de Hobbes é como o
Frankenstein; um amontoado de partes. O Leviatã que proponho é um Estado
Frankenstein, feito do somatório amalucado de duas ideologias
incompatíveis. São elas:
a) a ideologia de Hobbes, afirmando que é
preciso um Estado brasileiro forte e terrível para evitar a luta de todos
contra todos. Um governo central que quer a submissão em troca de manter vivos
os cidadãos de bem.
b) Também a ideologia do Smith, pregando
o Estado brasileiro mínimo, um ente político apenas burocrático e muito leve.
Um governo que exista somente para garantir a mão invisível do mercado.
Imaginem o resultado desta fórmula:
Hobbes (leviatã) + Smith (mão invisível do mercado) = Estado Frankstein.
Aponto a contradição fatal que ocorre:
propõe-se um Estado forte (absoluto) para impor um Estado mínimo. Uma
contradição em si mesma! É como dizer que é possível obrigar livremente alguém
a ser livre!
Usar o governo brasileiro o pesado
discurso de força para impor a leveza da mão invisível do mercado, é uma
monstruosidade lógica, uma incoerência ideológica fatal. O Brasil é, hoje, um leviatã gigante
assombrado pela fantasmagórica mão invisível. É um monstro sem lugar no mundo
da política, um Frankenstein.
Nosso atual governo é um governo
Frankstein. Apesar da incompatibilidade,
a administração federal tenta articular o discurso liberal extremo com a
extrema intervenção estatal. Em nome da liberdade, propõe a perseguição forte a
quem pensa diferente. Na tentativa de unir ideologias tão díspares e
irreconciliáveis, separou o país em esquerdistas (que devem ser eliminados) e
em cidadãos de bem (que devem ser protegidos em suas liberdades econômicas).
Ao mesmo tempo a política governamental é
doce para uns e dura para outros. Para uns o discurso é beligerante e
policialesco, para outros, o discurso é leve, liberal. Esta visão do executivo
federal é dicotômica, egocentrada e míope. Joga uns contra os outros. Açula o
cidadão “de bem contra” o do mal, o esquerdista.
Este Leviatã Frankenstein brasileiro,
pobre de linguagem, coloca no saco da “esquerda” todos os que se contrapõe a
ele. Inclusive usando como mantra o
termo marxismo cultural. Um mantra que não consegue ser explicado pelo ente
governamental. Não consegue nem pode. Não pode explicar este conceito por que
ao explicar, dilui-se, evapora-se, some. O marxismo cultural proposto pelo
Estado Frankenstein não tem conteúdo. Não tem conteúdo por que é feito para
caber todos os dissidentes dentro dele.
O
leviatã Frankenstein brasileiro chama de inimigos cidadãos da mesma pátria.
Cujo crime é pensar diferente. Tenta recriar o medo da luta de todos contra
todos. Este monstro estatal amalucado quer a guerra fratricida. Talvez queira
dividir para conquistar.
Não está claro o que governo atual quer.
O governo Bolsonaro terá que decidir: ou quer a mão invisível do mercado, ou
quer ser o Leviatã Frankenstein. Os dois não dá. Enquanto não se decide,
ficamos enredados numa confusão ideológica. Perde a economia, perde a
cidadania, enfim, só há perdas e nunca ganhos.
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