sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Somos intertexto e contexto.

 Prof. Amilcar Bernardi

Somos textos. Cada um de nós é um texto a ser lido. Cada roupa, cada trejeito, cada  gesto, cada palavra dita compõe algo a ser lido. Somos um poema, temos informações harmônicas entre si. Cada sujeito tem uma sintaxe muito especial. Estamos expostos no mundo, estamos aqui para sermos lidos.
Somos pausas, somos exclamações, somos pontos e vírgulas todos os dias. Somos signos para serem decodificados. Apenas pelo fato de existirmos as pessoas que nos rodeiam, que sabem de nós, são obrigadas a encontrar um sentido para nós, um significado para o que estamos afirmando com nossa presença. Somos frases, somos textos complexos.
Tu e eu somos citados, parafraseados e parodiados todo o tempo. Estamos e somos nos discursos alheios. Nos tornamos imagens, palavras e discursos nos outros. Por isso somos muito importantes, fazemos a diferença porque somos fala e provocamos falas. Cada um torna-se vocabulário e conhecimento para outros.
Somos intertextos. A presença discursiva das pessoas invade o que eu sou. Eu falo o já falado. Eu comunico o que já foi comunicado. Porém quando me dou a conhecer, quando me dou à leitura de quem quiser, passo a ser parte do repertório alheio, passo a ser contexto para o outro.
As pessoas são informações que penetram em mim e me constituem. Da mesma forma que passo a constituir todos os que entram em contato comigo.
A humanidade é um grande comunicado onde cada um é uma palavra, pontuação ou verbo. Juntos constituímos um enorme texto chamado humanidade.

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