Prof. Amilcar Bernardi
Na historia infantil clássica, a rainha tresloucada pergunta ao espelho: há alguém mais bonita do que eu no reino? O espelho como todos sabem, não responde como a toda poderosa e bela rainha queria. Enraivecida, manda matar a bela mocinha. O espelho tem dessas coisas. Nem sempre mostra o que queremos ver. Então somos tomados por emoções incontroláveis.
A política é nosso espelho. O que acontece espelha quem somos. Podemos até não gostarmos, afinal, nessa área, a verdade sempre dói. Porém, não podemos mandar matar ninguém nem destruir o que não gostamos na imagem apresentada. Fica só a angústia e a tristeza com o que vemos de nos mesmos. Como no mito de Sísifo (Sísifo foi condenado a rolar uma grande pedra de mármore com suas mãos até o cume de uma montanha, sendo que toda vez que ele estava quase alcançando o topo, a pedra rolava novamente montanha abaixo), de tempos em tempos somos chamados a reconstruir nossa imagem, mas o resultado é sempre o mesmo.
O fundo mais profundo que poderíamos descer aconteceu. Olhamos o espelho da política e nos vemos Tiririca! Palhaços, ignorantes e maliciosos. É esta a imagem que está nos incomodando. Os espelhos não mentem. Apenas refletem o que se posta à frente deles. Não podemos quebrar o espelho nem podemos negar o que nele se reflete. É a nossa maldição de sujeitos civilizados e construtores da cidadania.
A política é nosso espelho de Sisifo, sempre mostrando que tudo se repete e reflete! Esperando-nos nas eleições seguintes estão milhares de Titiricas. O triste espelho da política nos mostrará novamente nossas escolhas a modo titiriquês.
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