segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Quanto vale o que queremos trocar?

Prof. Amilcar Bernardi

Na origem do comércio (trocas de mercadorias) um problema era seguidamente
discutido. Quanto vale o que queremos trocar? Essa Questão era (e ainda é) de suma relevância numa sociedade capitalista onde tudo vale algo, ou seja, onde uma mercadoria será trocada por outra.
Historicamente foi feita uma distinção entre valor de uso e valor de troca. Percebeu-se que alguns produtos satisfaziam as necessidades da pessoa pelas características físicas do objeto produzido. Satisfaziam no sentido de poderem ser usadas para algo que era importante para quem precisava do produto.  O que é produzido, segundo este ponto de vista, orienta-se pelo interesse das pessoas.  Esse produto é pensado, então, pelo seu valor de uso.  Com o desenvolvimento do comércio é fácil imaginar que tal pensamento não era suficiente para satisfazer as necessidades conceituais do comércio crescente.  Para que o excedente de produção fosse crescente era necessário que o produto fosse trocado não por outro de acordo com a necessidade, mas que um bem pudesse ser trocado por outros bens ou por dinheiro seguindo não mais os ditames do uso imediato.  Evoluiu o pensamento ao conceituar outro tipo de valor, o valor de troca. Este era não mais determinado pela satisfação das necessidades da pessoa, mas sim pela possibilidade de trocar algo por moeda e esta por outros produtos. Os produtos eram então adquiridos por desejo apenas ou ainda pela necessidade.
O valor de troca segue a fórmula: produto - moeda -  produto (num infinito ir e vir). A produção distancia-se do consumo imediato sendo mediada pelo mercado. Essas trocas impessoais passam a medirem-se pela lei da oferta e da procura. 

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