Prof. Amilcar Bernardi

Cada um tem suas janelas. Os preconceitos são janelas antes dos olhos e dos ouvidos. Tem janelas grandes que deixam passar muita luz. Outras janelas são bem menores, menos arejadas. Tem vidros mais e menos limpos. Como a visão nada mais é que a captação da luz, tudo isso faz diferença quando pensamos o mundo. Não há contato direto com nosso exterior. Existem janelas. Elas são feitas em conjunto, ninguém consegue ser construtor único, autor exclusivo das janelas que nos prendem/libertam
Mas minha reflexão ao ler o texto do Jornalista Larré, foi além disso. Tem uma janelinha/janelão muito interessante. A janela do monitor do nosso computador. Ela abre-se para o mundo. Esta escancarada 24 horas por dia, sem cortinas ou limites. Então algo maravilhoso acontece. Quem olha através dela é obrigado a escolher o que quer ver. É tão grande a paisagem que podemos ver por essa janela, que é impossível ver tudo ao mesmo tempo. Então focamos. Olhamos pequenas coisas. Como são muitas coisas e só podemos ver aos poucos, escolhemos a velocidade. Olhamos aos poucos e rapidamente tudo o que podemos “ver”. Perdemos por consequência a profundidade. A janela do monitor oferece tanto que vemos cada vez menos. Melhor dizendo, vemos mais para ver menos. A quantidade matou a qualidade.
Lembrei que os filósofos clássicos tinham apenas as janelas dos olhos e alguns instrumentos de cálculo. “Viam” pouco e já tinham imensa dificuldade em interpretar o mundo. Agora a coisa piorou, “vemos” muito mais e muito menos nos interessamos em refletir sobre o mundo. Tudo é tão rápido que filosofar tornou-se lento demais para o século XXI.
Caro Prof. Bernardi.
ResponderExcluirParabéns pela sua perfeita leitura e visão através da nossa janela da modernidade. Acredito que muita dessa "pressa" que acomete a maioria é responsável por muitos males do corpo e da alma que nos acomete nos últimos anos.
Não se conversa mais, disputa-se a palavra; não nos embevecemos, "curtimos"; não mais amamos, ficamos!
Estamos nessa corrida para o fim perdendo a beleza do conteúdo.
Não filosofamos... postamos!
Um grande abraço do amigo,
Claudio
Verdade professor, pois hoje em dia sabe-se muito, mas não se sabe de nada. Se toma conhecimento de inúmeras informações, mas não nos apropriamos de de nenhumas delas... Tempos fartos e rápidos, tempos modernos e rasos.
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