sábado, 28 de dezembro de 2019
terça-feira, 24 de dezembro de 2019
Cavalão X Profeta Gentileza (Comentário ao artigo do Prof. Valdo Barcelos - Jornal Diário de Santa Maria 24/12/2019)
Quem lembra do Profeta gentileza? O nome
dele era José Datrino (1917 – 1996). Ele pregava pelas ruas do Rio de Janeiro.
Sua crença? A gentileza. Sempre com palavras doces e cheias de amor nos lábios;
nas mãos, flores. Em função de acontecimentos traumáticos em sua vida, passou a
propagar ideias sobre amor ao próximo. Dizia: “Gentileza gera gentileza”. Simples
assim. Alguns achavam que era um louco qualquer, outros, acreditavam ser um
poeta das ruas.
Há muito, muito poucos profetas desta ordem.
Creio que há mais (falsos) profetas falando de ódios, infernos, perseguições e
grosserias. Entre vendilhões do templo e grosseiros profissionais, temos uma
sociedade adoentada e violenta. Para reverter este quadro, quantos “Gentilezas”
precisaremos?
A gentileza é um comportamento que vem
pela aprendizagem. Notadamente pelo exemplo. A amabilidade, a nobreza, a
urbanidade é um princípio civilizatório a muito custo adquirido. Basta pensar que
este princípio se contrapõe ao caminho mais fácil, que é o da descortesia, da
grosseria e da estupidez. É mais fácil
ser antissocial que gentil, é mais fácil agredir que ser empático. O Profeta
Gentileza sabia disso e se dedicou ao magistério da amabilidade. Escolheu,
portanto, o caminho mais difícil. E tanto o era, que foi taxado de louco. Mais
razoável é ser estúpido que gentil – todos acreditam. Cabe apontar que os menos
inteligentes na nossa espécie, adoram os caminhos mais fáceis. São como água
que escorre por declives mais favoráveis, sempre.
Optar pela gentileza e civilidade é bem
complexo. Exige esforço, hábito e empatia. É quase como fazer as águas subirem
um morro. Dá trabalho, mas é possível. Entretanto, poucos sabem realizar esta
obra de engenharia hidráulica.
O presidente Bolsonaro não conhece o
Profeta Gentileza. Afinal, vive de impropérios, exala grosserias e mau humor.
Sua estupidez flui pelos declives do poder, do puxa-saquismo e do servilismo. É
grosseiro porque pode sê-lo e quer sê-lo. No ambiente melífluo e tóxico do
poder, este senhor grosseiro prospera. Em seu entorno, o presidente ogro plantou
seus iguais e vive na sombra destes. Não
há inteligência emocional neste governo agressivo e mal-educado.
Vou abrir meu voto para a eleição presidencial
seguinte: votarei no Profeta Gentileza. Bem, como não será possível, ao menos ficarei
atento a quem for gentil, amoroso e fraterno. A barbárie só se mantém enquanto
existirem bárbaros pra mantê-la.
domingo, 22 de dezembro de 2019
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